quarta-feira, 30 de junho de 2010

Um amor musical - Parte 1

Público Destinado: À pessoas como eu e minha amiga
Natalia Lima. Que apreciam um bom romance




A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende. Arthur Shopenhauer

Com a banda estava indo tudo como nos conformes! Era um rock suave. Um rock "romântico". Começamos em 2008 e agora, em 2010 estamos procurando uma soprano. Na banda está eu (Rodrigo - vocalista), o Danilo (batera) e Andy (guitarra). Só estamos esperando uma soprano para irmos para uns shows.

um mês depois.

Hoje eu acordei e fiz tudo como nos dias comuns. Levantei, escovei os dentes, tomei banho, café... E depois de tudo isso. Desci as escadas e me deparei com uma menina linda, corpo escultural. Morena, e tinha uma voz suave Oi, é aqui onde fica a banda Darlin'Stir? Sim, sim. Esse era o nome da banda. Febre de amor. Foi uma idéia do Andy. Já que é um 'rock suave'. 
Sim é.. Ahn, aqui sim. Eu falei gaguejando. Perguntei o nome. Ela respondeu: Viviane, me chama de Vivi tá? Epa! Vivi? Para uma vocalista de banda de rock? Epa, isso não dá certo não. Deixei-a a vontade. Ela sentou e me perguntou várias coisas. O que devia fazer para estar na banda. Se a banda já tinha produção. Eu respondi todas. Encantado com a beleza dela. A campainha toca, eram os meninos. Tinha ensaio marcado para hoje. Os meninos com certeza iam começar a estragar minha 'estadia' com Vivi - ops, eu mesmo estou chamando-a de Vivi? - então, tentei impedi-los, porém, não obtive sucesso. Oi gata, como tá você? É você que vai ser nossa soprano é? disse Danilo. Poxa, bota ela aê Rodrigo, por favor. Ela tem uma voz linda. Disse Andy sarcasticamente e de olho na beleza de Viviane. Eu chamei eles três para ir para a garagem, onde a gente fazia os ensaios - e pedi para que Viviane ficasse observando...

terça-feira, 29 de junho de 2010

05 de Dezembro de 1482

Público Destinado: Para pessoas como o grande
e ilustríssimo autor José Saramago. Sem medo da morte.

A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais. Epicuro

Era uma noite de lua minguante, Eileen me olhava com seus olhos verdes, porém baços. Ela não colocava mais confiança em mim por causa de minha decisão. Era dia 03 de dezembro, faltavam apenas dois dias para o que ia acontecer. Dei tempo ao tempo. Eu sou Mark, tenho 32 anos, e moro aqui, neste mundo vivo que é Rondônia. Vivo eu, minha esposa e meus dois filhos Evelin e Henrique. Evelin tem 14 anos e é uma menina meiga e inteligente - não estou elogiando porque é minha filha, e sim porque ela merece. Henrique, tem 16 e terminará o terceiro ano do segundo grau no dia 05 de dezembro. É um menino educado, porém, atônito. Vivia em complicações com más amizades. Eileen... Ela é a mulher mais perfeita do universo. Realmente, ela é uma dádiva de Deus. O melhor presente que eu já recebi na vida. Pensante, inteligente, esperta e cativante. Eileen conseguiu a minha confiança e conseguiu ser minha esposa. A vida sem ela - para mim - não era nada.


04 de Dezembro - A véspera
A vida para mim - retirando Eileen, Evelin e Henrique - sempre foi injusta, e amanhã, ela irá cometer a maior das injustiças. Sempre havia um pretexto para eu "quebrar a cara". E um deles, aconteceu hoje de manhã. A mãe de Eileen, dona Susana, veio aqui hoje para arrumar os preparativos da festa de amanhã - a formatura de Henrique - e também, dormir pois as atividades festivas dariam-se início pela manhã. Ela chegou e quem abriu a porta foi Evelin. Oi vovó, como a senhora está bem! Que bom que a senhora veio nos ajudar hoje. Ela - Susana - soltou um sorriso tênue e disse Não me importo de vir preparar a formatura de meu formando lindo! Ela virou-se para Henrique e soltou mais outro sorriso. Ele a abraçou e disse Estava com saudades. Todos foram para o quintal e Eileen estava esperando todos lá. Ela já estava forrando as mesas com um tecido de cetim dourado. Susana começou a colocar vasos de orquídeas em cima de cada mesa forrada. O cheiro das orquídeas exalava com o vento por toda a casa. Peguei uma das cadeiras e sentei. Susana falou grosseiramente comigo Mark, vá agora na sala pegar a minha bolsa, s'il vous plait. (Esqueci de dizer que ela era francesa naturalizada brasileira. Daí os nomes: Eileen, Susana, Evelin) Tenho bastante respeito às mulheres e em bolsas delas, eu não pego. Silenciei-me e continuei apreciando o cheiro suave das orquídeas. Ela sabia que eu não pegava em bolsas de mulheres, e ainda por respeito! Nem mesmo a da minha doce mulher eu mexo. Susana foi até mim, me olhou e disse Eu quero que você vá pegar a bolsa agora. Rencontrez-moi! Eu sai dali. E Eileen foi até mim. Ela falou Porque isso Mark? Porque essa implicância? Vocês dois?! Explique-me, por favor. Olhei pra Eileen e disse Mais um motivo para o realização do acontecimento de amanhã. Subi às escadas e tomei uma ducha fria e fui dormir. Acordei meia noite em ponto. Era noite de lua minguante e dessa vez, o céu estava bordado com brilhantes estrelas. Fiquei observando-as. Henrique apareceu na porta e disse Pai, amanhã? Será que vai dar tudo certo? Olhei para ele e tranqüilizei-o dizendo que ia tudo como nos conformes. E que nada ia estragar este dia. Ele foi dormir, e eu, acompanhei-o.




05 de Dezembro - O dia
Acordei às 8 da manhã, para relaxar-me um pouquinho. A minha presença só era necessária quando fosse a entrega dos diplomas (e isso só aconteceria à tarde). Aproveitei o dia para desfrutar de um bom café preparado por Eileen. Esbanjei-me com o delicioso café e fui para a cama. Li um livro que estava em cima da mesa de cabeceira. Quando eu o abri, estava um bilhete. E a letra era de Eileen.


Porto Velho, 05 de Dezembro de 1482
Mark,
Escrevo estas doces e últimas palavras para não dizê-las na frente das crianças. 
Foi muito bom estar com você esses 25 anos. Sinto-me honrada de ter tido um marido como você. Lindo, inteligente, maturo e, exacerbadamente vivido. Queria viver mais 25 anos ao seu lado, e se fosse possível, reviver os outros 25 anos para relembrar os momentos de nossas vidas juntos. Se digo que te amo, impedir-lhe dessa decisão ínvia seria uma coisa erradíssima. Pois, é o que você quer. E eu, como sua amada não irei impedir. Amo-te. 
Eileen


Lágrimas começaram a brotar naqueles olhos de um coração de pedra. Mark dormiu. Quando acordou, eram 16:00hs. Faltavam 30 minutos para ele estar presente na formatura do filho.  Ele se arrumou e olhou para o relógio. Ainda eram 16:15. Ele dormiu mais uma vez. Quando acordou, já eram 17:00 ele saiu correndo até o espaço onde ocorria o evento. Quando chegou lá, seu filho o viu e foi correndo até ele. Mark pegou uma faca, e atirou-a em si próprio e disse: Eu te amo. Cuide de sua mãe e de sua irmã. Henrique explodiu em prantos de joelhos ao corpo do pai. Não tinha medo da morte e essa coragem o fez querer conhecê-la. Ele morreu no dia 05 de dezembro de 1482.


segunda-feira, 28 de junho de 2010

A vida é bela

Público Destinado: Pessoas como o Augusto Cury,
predestinados sem medo de viver a vida.

Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la. Augusto Cury


A vida é um mistério. Não sabemos se ela irá tratar-nos bem hoje e, também não sabemos se estaremos com ela amanhã. Entretanto, eu curto a vida. Todos os dias eu vivo a vida como se fosse o meu último dia perto dela. Sempre com meus amigos por perto, vivo em comunhão com Deus.
Quando eu era pequena, vivia brincando de pega-pega, esconde esconde. Sempre andei e até hoje, adulta, ando com meus amigos. A vida pra mim era como sol, nascia cada dia mais intenso e mais brilhante. Acontecia várias coisas maravilhosas naquela época para mim. Mas, agora, nada. Só tenho trabalho, contas para pagar, um marido pra bancar e crianças para cuidar. A vida pra mim se tornou uma coisa triste. Porém, não deixo de vivê-la intensamente, pois, esse é o meu propósito de vida. À cada tristeza e situação insuportável que eu encontro em meu dia, não desanimo! "Vem tristeza, eu vou te nocautear". 


Fui para o trabalho, entrei na minha sala da firma. O chefe já estava me esperando. Eu já havia acordado com a minha cabeça latejando e não me sentia muito bem. Poliane! Onde está as faturas que eu deixei aqui ontem? Quero todas prontas! E se houver alguma glosa*, me aguarde! Eu sentei, não dei bola para o que aquela lombriga barriguda dizia. Ele saiu da minha sala. Fechei a porta e liguei o computador e entrei no YouTube. Coloquei músicas que me animavam e comecei a fazer as faturas. Passaram-se duas músicas e eu terminei. Pausei o YouTube e fui na mesa do chefe. Mas como pode? Você fez essas faturas em menos de dez minutos e depois ele falou folheando todas, uma por uma E não tem nenhuma glosa! Impossível, são mais de quinze faturas, porém, eu fiz de acordo com a música. Estava sempre levando tudo como um filho, temos que cuidar bem dele. Voltei para a minha sala e deu a pausa para o almoço. Fui para um restaurante no shopping e estavam lá Kate e Andy. Um casal fofoqueiro de lá da firma. Eram médicos otorrinolaringologistas de lá do Centro Médico e reclamavam de tudo e todos. Se um paciente era impaciente, a recepção tomava reclamações deles. Se um médico de outra especialidade - isso que me dana! - faz o tratamento do paciente errado, eles encontravam um pressuposto para se meter na conversa dos médicos e reclamavam do serviço que eles haviam feito de errado. 
Sentei-me em uma mesa que ficava de costas para à deles e esperei o meu pedidos. Comecei a ouvi burburinhos do tipo O que ela está fazendo aqui? Porque ela veio aqui?. Me contive, e fui para o karaokê do restaurante. E comecei a cantar uma música de Celine Dion. Because you loved me. Quando comecei a cantar, o casal de fofoqueiros se levantou, e começou a falar aqueles clichês Ah, amor. É a nossa música. Vamo dançá-la, por favor!! E eu continuei cantando - me achando uma excelente cantora depois disso - e eles se levantaram e começaram a dançar e cantarolar. Dizendo palavras macias e doces no ouvido, um para o outro. Acabou a música, o meu prato chegou e eu fui almoçar. Terminei o almoço e paguei a conta. Fui para a firma, eles me barraram e falaram Obrigado por proporcionar-nos esse momento lindo que nós tivemos de nos reencontrar, e não só ficar preocupados com as coisas do dia a dia - e com a vida dos outros -  e sim com o nosso amor. Muito obrigado Poliane. Naquele dia percebi que tinha ganhado um casal amigo. Voltei para a firma. Terminei o resto do trabalho e fui para casa. Guiga estava me esperando em casa. Poliane, coloque meu almoço! Agora! Fui para o meu quarto, coloquei minhas coisas e tomei um banho relaxante. Desci e pedi para Guiga ir assistir televisão, as crianças haviam chegado nesse intervalo de tempo. Eu fui preparar o almoço. Preparei fritas, lasanha, bolinhos de carne, patê de atum - que era o favorito de Allan, o meu filho mais velho -, coxinhas de frango marinadas e uma grande garrafa de suco de laranja. Pedi para Allan vir na cozinha me ajudar a pôr a mesa. Ele - com catorze anos, não era o que se esperava de um adolescente - me deu um beijo e me abraçou. E me ajudou a pôr a mesa. Chamou Karine, sua irmã - dez anos - e Guiga. Todos ficaram felizes com o almoço que eu tinha feito. Almoçamos todos juntos. Nesse dia eu percebi que temos que viver a vida como eu vivia quando criança, intensamente. E descobri uma coisa: a vida é bela.

domingo, 27 de junho de 2010

Sozinho no meu quarto...




Público Destinado: Pessoas como a Clarice Lispector, 
depressivos criativos e com bastante desesperança.

Eu me encontro sentado em minha cama. A vida abriu um buraco sob mim e eu acabei caindo neste buraco. Através disso, sentir-me-ia que caí. Entretanto, isso não aconteceu. Somente foi um sonho. E esse sonho, pelo que pareceu, foi um alerta.

Acordei assustado com o grito de minha mãe dizendo Eduardo, acorde! Já são 6:15. hora de ir à escola. Não queria ir para a escola hoje. Sentia que ia acontecer algo de errado. Era prova de Biologia, Cibele, a professora, havia dito que seria mais de vinte questões. Disse a minha mãe que não ia pra escola. Inventei umas tonturas, forcei vomito e tinha tudo dado certo. Minha mãe disse que era para eu ficar de cama, e que qualquer coisa, era para eu ir para casa de minha tia - que é aqui do lado - falar com ela. Ela saiu e foi trabalhar.
Sozinho no meu quarto, percebo que eu tinha um longo dia pela frente. Abri a persiana de modo que a luz do sol não penetrasse muito no quarto. Liguei o som, e coloquei uma coletânea de músicas da Pitty. Apenas músicas suaves haviam naqueles CD. Arrumei a cama, o quarto. Peguei o caderno e comecei a escrever. Eram rabiscos que só eu entendia. Naquele papel estava escrito o que eu esperava deste mundo. Sozinho no meu quarto, ao som da música Equalize, eu tinha escrito:

Sem esperança de um novo fim para este mundo, eu Eduardo aqui escrevo: os seres humanos são totalmente antecipados. Conceituam uma coisa, sem conhecê-la direito. Suas destruições são excessivas a ponto de até o próprio ser humano se encontrar sobre elas. A vida para eles só existem quando há morte. A tristeza predomina nesse mundo perene.

Comecei a ler aquilo, e quanto mais eu lia, mais meditava, mais aprendia. Que só havia uma coisa de se esperar daquele mundo: morte e destruição. Desliguei o som, liguei a televisão. Passava o jornal. Catástrofes naturais não se cansavam de perseguir o mundo. A fome, miséria, a dor, a infelicidade e, desgraçadamente, a morte, estavam como palavras-chave daquelas notícias. Não conseguia ver aquilo,  mas, pacientemente, continuei com os olhos pregados na televisão. Fiquei lá, sem interesse de ver aquilo. Acabei pegando no sono. 
Alucinado, me vi em escombros, e comecei a me sentir sufocado. Um tijolo caiu em minha cabeça, senti a pancada forte e comecei a sangrar. Subitamente, a sufocação parou e eu acordei com um sangramento no nariz. Fui ao banheiro do quarto de minha mãe e de meu pai - que estava viajando - e lavei o sangramento, aproveitei, e tomei um banho. Voltei para o meu quarto, e olhei as horas. Eram 10:30, o horário que a escola liberava os alunos. Estava ainda sentindo aquele mau pressentimento. Era uma voz que dizia: não vá à escola, não vá à escola. Liguei para Kátia, uma amiga minha. E perguntei se havia acontecido alguma coisa na escola.

Sozinho no meu quarto, soube que a escola estava pegando fogo.